VERÃO. COMO DIRIA O CEGO
Há manhãs como esta, cinzentas e esquisitas, em que as vozes das pessoas nos chegam abafadas da rua e o barulho dos carros (constante, sempre constante)não deixa entrar a luz em casa. Há manhãs em que o corpo ainda não acordou e já se está a vestir para ir cumprir um ritual monótono que nos consumirá a pouca energia que conseguimos apanhar do chão.
E mesmo assim temos sorte. Como um domador que decidiu viver no circo e todas as semanas é obrigado a limpar a jaula e ajudar a desmontar a tenda. Os pesados ferros da tenda.
Vivemos na esperança do vento da estrada.
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